27 de ago. de 2009

Para uma pessoa muito querida.


As vezes eu queria ser capaz de poder fazer muito mais do que está ao meu alcance.
Me parte o coração ver alguém querido sofrendo, e saber que não há muito o que fazer a respeito.
Sinto uma enorme vontade de poder fazer mais pelas pessoas, enquanto eu sento e não faço nada, e sei que tem alguém chorando e triste. Uma angustia enorme cresce dentro de mim. Acredite.
Queria que minhas palavras confortassem, que meus abraços aliviassem a dor.
Se pudesse, sugaria todo o incomodo das pessoas queridas e sentiria ele eu mesma, sem o menor problema, sem o menor pesar. Quem sabe isso saciaria minha vontade de ajudar os outros em momentos onde nao se há nada a fazer.
Estou escrevendo de coração, para ver se alivia um pouco a minha dor também. A pessoa para qual eu dedico esse texto sabe que é para ela. E sabe do imenso carinho que sinto há anos também.
O que começou com uma birrinha de "ela jogou agua na minha cara" tomou uma proporção imensa, que eu gostaria inclusive que fosse maior.
Foram anos de TANTAS ajudas ! nunca vou esquecer NADA que vc fez por mim...nada ! E espero que seja nessa hora difícil da vida que eu possa te recompensa por tudo o que você ja fez por mim.


Linda, É preciso ter força para sobreviver, mas é preciso coragem para viver.


"As vezes deitamos em nossa cama
Dormimos um sono agradável
E quando acordamos tantas coisas mudaram!
Encontramos tudo remexido, bagunçado.
Nem ao menos podemos por os pés no chão...
Perdidos em nosso próprio espaço,
Procuramos respostas, e ninguém as tem.
Procuramos saídas e parece que são inexistentes.
Uma sensação de desespero parece querer tomar o coração.
Dúvidas, incertezas, sentimento de impotência.
Diante da vida, diante de fatos e acontecimentos.
É como se uma alta onda, do grande mar da vida quisesse nos cobrir.
É como se a fúria das ondas
Em uma grande tempestade em alto mar quisesse nos engolir.
Mas já parou pra pensar que essa não é a primeira vez?
Quantas ondas se levantaram?
E com a mesma intensidade baixaram ? E estamos aqui!
Se olharmos para trás iremos ver que
Muitas grandes ondas nos cobriram
E mesmo parecendo sem forças conseguimos remar,
Muitas vezes contra a correnteza.
Naquele momento parecia que íamos naufragar,
Mas aqui estamos novamente pra novas ondas enfrentar.
E todas elas nos deixaram uma lição,
Um aprendizado...
Uma experiência...
Portanto seja qual for a onda que se levantou,
REAJA
PERSISTA
NÃO DESISTA !
Essa é apenas mais uma onda da vida!!!
E toda tormenta do mar tem hora pra levantar...
Mas também tem hora de baixar.
E em breve o céu clarificará...
O vento em brisa se transformará.
E o sol com seu raios dourados,
Sua pele acariciará.
E toda essa tormenta apenas estará na lembrança...
No passado, na memória.
E lembre-se:

TUDO PASSA "


Sei que a dor nesse momento parece que vai dilacerar tudo por dentro...já passei por isso também. Todos passam ...
O meu conselho eh confiar que ele vai estar SEMPRE e INVARIAVELMENTE ao seu lado a cada segundo que passa...pois eh assim que me sinto. Quando precisar conversar, saiba que ele vai te ouvir, e vai te aconselhar.
Pegue todo este amor, e guarde dentro de você, e use-o como forma de trazê-lo cada vez mais perto de você. Como seu amparador espiritual ele pode acabar estando mais dentro de você do que você nunca imaginou ser possível - digo por experiência própria.

Só pra lembrar que sempre que você precisar Escolhida, eu vou ta aqui 100% disponível...Espero que você passe por isso logo, e que fique muito mais forte do que ja era antes...

Toda sorte e amor DO MUNDO !!! Lembre-se que O SEU MUNDO, QUEM PINTA É VOCÊ ! MAIS NINGUÉM !

Da sua amiga que sente toda sua dor, como se fosse minha, de uma forma que você nem imagina como.

26 de ago. de 2009

Tears in hell


Dessa vez ela escolheu o cantinho perto da janela. O chão já estava muito comum como companhia, e Jaqueline enjoava fácil das coisas. E de alguma forma as duas paredes que se encontravam formavam uma espécie de porto seguro...ela se sentia praticamente abraçada quando se enfiava lá.
Aliás, fazia tempo que ela não sentava naquele canto...a última vez ela acabou quebrando a janela de vidro com um soco. Mas não foi proposital. Foi tudo culpa do ambiente externo que exercia uma enorme influência no seu ambiente interno, e fazia ele ter vontade de pular e gritar e se jogar da janela...mas como a janela estava fechada, vocês já sabem.
Dessa vez o problema era semelhante. Mas não tinha a mesma intensidade e não se tratava do mesmo assunto. A outra vez eram seus pais. Agora não era nada. Nada que pudesse claramente ser classificado.
Era um bolo. Um nó gigante cheio de fios que se emaranhavam...como quando você guarda muitos colares numa caixa e depois demora 4 dias só para desatar os nós. Mas ela simplesmente nao tinha acesso físico àqueles nós...e também não possuia um poder mental tão forte para simplesmente fazê-los obedecer suas vontades.
Então ela ficou lá, sentada. Sentindo o bolo ir de um lado pro outro, como se fosse uma bola de feno solta em um enorme campo atingido por uma ventania. E isso fazia cócegas. Cócegas desagradáveis por sinal.
Assim ela percebeu que havia muito tempo que não chorava. Que não chorava de verdade. No escuro, sozinha, sentindo cada gota de sal descer por seu rosto até chegar ao seu queixo e por fim, molhar seu moletom cinza.
Foi assim que seu moletom tornou-se praticamente preto. Ela não sabia que tinha tanto espaço para lágrimas dentro daquele corpo. Sempre pensou que o cérebro devia ter funções mais inteligentes para toda aquela água presente dentro daquela caixa.
E chorou. Por horas e horas. Sem poder explicar o motivo. Sem nem ao menos querer saber o motivo...chorar era simplesmente tão...bom.
E esse conforto tomou conta dela, e com o tempo aquele abraço que ela sentia, aquele envolvimento que as paredes ao seu redor formavam, faziam com que o passar dos segundos diminuíssem juntamente com o espaço vazio ao redor dela, e as lágrimas suavisassem aquele vazio que ela carregava dentro de si.
Em sua cabeça muitas horas passaram...dias talvez. E ninguém foi procurar por ela. E ela não procurou por ninguém. Naquele momento sabia que ela, suas lágrimas e suas paredes se bastavam.
O Teto estava lá também caso ela precisasse de alguma proteção.

25 de ago. de 2009

Aquelas noites...


Jaqueline sabia que ele não era bonito...Aliás, Jaqueline sabia que ele era feio. Mas em uma daquelas noites em que ela se perdia justamente para não se achar, aconteceu. Não faria a menor diferença se ele não tivesse aparecido no dia seguinte. Mas ele apareceu...
No fundo, ela sabia que ele nao era "ele". Mas já que ela tinha apenas seu vazio para oferecer, sabia que não havia muito mais a perder.
E assim foi...Ele era feio, sem graça...mas tratava ela bem. E isso foi o suficiente para preencher um pouquinho daquele vazio que ela levava na coleira para todo lugar que ia. E então ela, de repente, sentiu que tinha algo a perder.
E como sempre acontecia em sua vida, ela perdeu. Ela acabou pagando pelos erros que ela nem sabe se realmente cometeu.
Mas teve muita coisa antes disso...ela deixou-se envolver. E sentia falta da presença dele...dos sinais de fumaça e do rufar de tambores que ele mandava pra mostrar que estava vivo, que estava ali.
E foi assim que ele e sua ironia sempre presente permaneceram um tempinho rondando os jardins da casa de Jaqueline. E ela deixou o portão aberto.
Mas sua impaciência fez que com ela fechasse os portões, e pisasse naquela ironia roxa e antipática que ele carregava. Seu vazio estraçalhou aquela ironia.
E mais uma vez, o vazio ganhou...tornando-se ainda mais presente, inflado de orgulho por mais uma vitória sobre o coração de Jaqueline.
Então agora o ar era pesado quando eles se encontravam no mesmo ambiente... Era praticamente possível pegar a tensão e colocá-la no bolso.
Ela sabe que nunca gostou dele...mas sabe que ele também não tratava ela como ela deveria ser tratada.E é sempre assim que começam o final dos relacionamentos de Jaqueline. Ela não se importa.Entao a pessoa se importa.E quando a outra pessoa começa a não se importar, ela se importa.
Então, ele passou a não se importar como parecia, parou de aparecer como aparecia...e Jaqueline começou a pensar mais do que devia. E quem pensa demais acaba por fazer demais às vezes...pelo menos com ela era assim.
Na verdade Jaqueline fazia demais pensando ou não. Ela sempre ou fazia muito, ou não fazia nada.
E entre fazer nada e fazer demais, ela fazia... e assim esvaineceu-se mais um de seus relacionamentos que nem sequer chegou a ser um relacionamento.
Mas ele sabe que no fundo, ela sempre vai estar lá. Porque ela é carente, e ela gosta de proteção...e por isso ela não pede a ninguém que fique...e assim, querendo ou não, ela vai enlouquecendo aos poucos...
E assim, lá foi ela para mais uma daquelas noites nas quais ela se perde justamente para não se achar mais...

"Ele"



Jaqueline deitou no chão.
Não importava a temperatura fora do corpo dela. Dentro também estava gelado. O chão congelante não exercia impacto algum sobre aquillo que costumavam chamavar de corpo.
Olhou para o teto branco, e de repente ele pareceu não mais do que a coisa mais significante que ela tinha ao seu redor. Talvez o teto fosse o suficiente para sua vivência...Talvez ela não precisasse muito mais que isso.
Muito mais. Porque de certas coisas ela precisava. O café com leite quente, que era um excelente placebo para o frio que congelava seu sangue por dentro. Talvez por isso que ela fosse tão branca...quem sabe ? O vinho, também quente, por mais frio que pudesse estar. Aquela bebida quase cor de sangue, que esquentava, corava suas bochechas e a tirava deste mundo. Era o que ela mais gostava...
Deitar no chão. Ela e sua garrafa de vinho. Mergulhar nela...sentir cada mililitro de seu gosto, sentir seu aroma...e perceber o efeito que aquilo tinha sobre ela. Então conversavam. Ela e o Teto. Era uma conversa maravilhosa, daquelas que nenhuma palavra era necessária...Sabe, o Teto era um ótimo amigo. Ele sabia escutar, coisa que nem todos hoje em dia sabem fazer.
Então lá, no chão gelado, ela seria capaz de passar horas...Jaqueline já pensou que gostaria de ter um "ele" mais personificado que o Teto... mas não existia nenhum "ele" que pudesse ocupar aquele espaço vazio que ela sentia dentro dela...
Alguma vez, em algum tempo, ela ja teve um "ele". Mal se podia lembrar...e não fazia tanto assim em um calendário normal. Mas na cabeça de Jaqueline havia muito que tudo tinha passado. Seria interessante ter alguém que nem "ele" era... não que ele fosse um ótimo namorado, um ótimo amigo, um ótimo companheiro...mas ele era simplesmente..."ele". Era alguém que fazia esse frio de dentro dela esvaicer-se por alguns minutos... e até longe "dele", ela sentia-se levemente aquecida...porque sabia que lá fora, junto com aquele frio, tinha alguém que a considerava como "ela".
Mas já nao havia mais ninguém para ocupar o vazio...ninguém queria, ninguém era suficientemente bom pra ela.
Ninguém além do Teto, que até hoje nao brigou, nao reclamou, nao a insultou.
Afinal, apesar de tudo, o Teto a escuta.

Não quero...

"Não quero alguém que morra de amor por mim... só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo. Quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.

Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto gostem de mim... nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível... e que esse momento será inesquecível... só quero que meu sentimento seja valorizado.

Quero sempre poder ter um sorriso estampado em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre... e que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.

Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém... e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho... que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento... e não brinque com ele.

E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe... que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.

Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas... que a esperança nunca me pareça um NÃO que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como SIM.

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ela é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...

Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena."